Tenha esperança - mesmo sob fardos pesados


A história do povo hebreu no Egito é rica em lições, já foi retratada em filmes, é bastante conhecida, mas sempre que nos debruçarmos sobre a Bíblia aprendemos coisas novas. Veja mais uma vez: 

Depois disso Moisés e Arão foram falar com o faraó e disseram: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Deixe o meu povo ir para celebrar-me uma festa no deserto’”. O faraó respondeu: “Quem é o Senhor, para que eu lhe obedeça e deixe Israel sair? Não conheço o Senhor, e não deixarei Israel sair”. Eles insistiram: “O Deus dos hebreus veio ao nosso encontro. Agora, permite-nos caminhar três dias no deserto, para oferecer sacrifícios ao Senhor, o nosso Deus; caso contrário, ele nos atingirá com pragas ou com a espada”. Mas o rei do Egito respondeu: “Moisés e Arão, por que vocês estão fazendo o povo interromper suas tarefas? Voltem ao trabalho!” E acrescentou: “Essa gente já é tão numerosa, e vocês ainda os fazem parar de trabalhar!” No mesmo dia o faraó deu a seguinte ordem aos feitores e capatazes responsáveis pelo povo: “Não forneçam mais palha ao povo para fazer tijolos, como faziam antes. Eles que tratem de ajuntar palha! Mas exijam que continuem a fazer a mesma quantidade de tijolos; não reduzam a cota. São preguiçosos, e por isso estão clamando: ‘Iremos oferecer sacrifícios ao nosso Deus’. Aumentem a carga de trabalho dessa gente para que cumpram suas tarefas e não dêem atenção a mentiras.” (Êxodo 5.1-9) 

Deus levantou Moisés para libertar o povo da escravidão, Moisés obedeceu e foi falar com o Faraó que debochou do pedido e aumentou a carga de trabalho do povo. Faraó disse que eram preguiçosos, por isto é que queriam sair para adorar a Deus. E o povo lamentou por essa decisão, e as conseqüências dela. Daí podemos tirar uma lição: 

Os fardos podem tirar nosso foco da esperança. Vários fardos nos fazem tirar o foco de Deus: uma sobrecarga de trabalho, de afazeres, de problemas. E são muitos os fardos que pesam sobre nós: o dos nossos próprios pecados e suas conseqüências; o das dificuldades em família; o das finanças; o das expectativas frustradas; o da doença; o da morte; o fardo do medo. Os israelitas murmuraram contra Deus, duvidaram do seu poder, se queixaram com Moisés. E indo adiante na história vemos que mesmo depois que Deus os libertou da escravidão, quando surgia outra dificuldade, qualquer que fosse, eles novamente se lamentavam, se revoltavam, reclamavam. Isto acontece conosco também. Vemos a ação e os feitos de Deus, mas quando vem outra dificuldade, começamos a retomar os antigos fardos e a querer abandonar a Deus. 

Voltando à história, o cansaço sob o fardo do trabalho foi tão pesado que o próprio Moisés ficou desolado (veja os versos 22 e 23). Então Deus apresentou as boas novas: 

“Por isso, diga aos israelitas: Eu sou o Senhor. Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios. Eu os libertarei da escravidão e os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo. Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês. Então vocês saberão que eu sou o Senhor, o seu Deus, que os livra do trabalho imposto pelos egípcios. E os farei entrar na terra que, com mão levantada, jurei que daria a Abraão, a Isaque e a Jacó. Eu a darei a vocês como propriedade. Eu sou o Senhor”. Moisés declarou isso aos israelitas, mas eles não lhe deram ouvidos, por causa da angústia e da cruel escravidão que sofriam. (Êxodo 6.6-9) 

Deus falou quem Ele era, que sabia dos fardos e não os ignorava. Falou o que ia acontecer e que era suficientemente capaz de cumprir sua promessa. A palavra de esperança de Deus é sempre a mesma: Eu sou a sua única salvação, confie em mim. Mas o povo não quis ouvir. Assim como aconteceu com o povo podemos cair no mesmo erro, porque o fardo é o que vemos, a esperança é o que ainda não vemos. E Deus nos desafia a confiar no que não se vê. Por quê? 

A esperança pode tirar nosso foco dos fardos. Foi difícil para o povo ouvir o que Deus lhes dizia, mas Deus insistiu na palavra de esperança. Ele tinha dado uma ordem, tinha feito uma promessa, e cumpriria, a todo custo. Por isto seus sinais foram vistos, Ele interviu com pragas, com ações sobrenaturais, e libertou o povo de uma forma extraordinária. Deus nos conhece, sabe do que é feito nosso coração, que nos desviamos facilmente, esquecemos, duvidamos. Diante dos fardos pesados, temos duas opções: louvar ou reclamar. Por muito tempo os israelitas murmuraram, até que renderam seu coração a Deus (veja Êxodo 14.31). Quando se concentraram na voz de Deus experimentaram o seu poder e cuidado, entenderam que podiam confiar. Sempre que estiver prestes a desfalecer volte o seu coração para Deus, para a fonte de toda esperança, e o único que pode aliviar os seus fardos, por mais pesados que sejam. 

Ele convida: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11.28-30). Ele não quer que peguemos o nosso fardo de volta. Ele não promete ausência de problemas, mas a presença dEle. Promete graça suficiente para que lidemos com os nossos fardos, e ser socorro bem presente na tribulação, a esperança que não decepciona, se mantivermos o nosso foco nEle. Com Ele é possível ter esperança, apesar dos fardos pesados!

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