“Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1Tessalonicenses 5.18)
"Havia
um fazendeiro que tanto podia ser um mecânico, um eletricista ou um
veterinário. E essa história poderia facilmente ser sobre um vendedor, uma
enfermeira, um professor, um caminhoneiro ou uma mãe, pois nos soam familiares
histórias deste tipo.
Este
fazendeiro trabalhou a terra, pegou no pesado de verdade. Mãos no arado, sol
quente. Pedindo a Deus que as sementes brotassem. Fazendo o que era possível
com suas próprias mãos.
Contas
empilhadas sobre a mesa. Seu cachorro morreu. Um de seus filhos na fase rebelde
da vida, como se fosse parte mula, parte cascavel. Só isso já o teria matado,
envelheceu. Mas mesmo assim trabalhava a cada dia por um retorno menor que seu
esforço e seus lábios rachados de sol murmuravam ações de graças. Sua esposa o
segurava no escuro e via suas lágrimas em meio a orações.
Seu
filho deixou um rastro de poeira rebelde para trás. Ele teve que ter coragem
para continuar trabalhando pelos outros cinco. Saiu e fez seu trabalho e deu
graças quando não fazia sentido dá-las, pois sabia que seu Deus não o deixara,
ainda que os céus parecessem feitos de bronze há muito tempo.
O
milho brotou e morreu precocemente por causa do gelo. Ele plantou de novo.
Contou as bênçãos como sementes que plantava dentro de si, sementes de
gratidão. Abriu as mãos, aceitou o que veio de Deus e usou a alegria como uma
veste.
Quando
os grãos começaram a aparecer, um exército de pulgões destruiu o que fora
cultivado com tanto choro, suor e coragem. Ele abaixou a cabeça, arou a terra
novamente e sussurrou ações de graças contra todas as provas que insistiam em
dizer que seu Deus não era bom. Recebeu o que Deus deixou vir, seu coração se
abriu e ele vestiu a alegria como uma roupa.
Quando
o milho estava maduro, uma tempestade de granizo acabou com tudo violentamente.
O fazendeiro limpou o rosto marcado e deu graças como um ato subversivo de
alguém que se recusava a ceder às trevas que o torturavam e o tentavam a
amaldiçoar a Deus. Ele abriu as mãos, aceitou o que Deus lhe deu, agradeceu e
vestiu a alegria como um manto.
Neste
tempo todo, tudo isto abriu buracos em seu coração, como o arado faz na terra,
mas o fazendeiro colocou sementes de ações de graças neles, se deixou cultivar,
e esperou a colheita. Chorou, sua esposa o abraçou no escuro do quarto e da
vida. E ele sussurrou: a graça é a única coisa que cura a nossa visão do mundo.
Ela
mal conseguia envolver os braços ao redor dele, pois seu coração havia crescido
tanto, cheio de frutos da graça, mesmo sem frutos na vida. Ele segurou as mãos
dela. E todos os dias, antes de sair para trabalhar no campo de sua vida,
puxava-a para perto e sussurrava o que não poderia esquecer. Eles eram pessoas
simples, mas não se esqueciam do aprendizado, pois era assim que viviam.
Não
importa o que as manchetes gritam, só há duas opções: dar graças ou amaldiçoar
a Deus. Não importa o que o mundo tente vender, só temos duas prateleiras: dar
graças ou nos fechar para Deus. Não importa o que estamos enfrentando, sempre
há apenas dois caminhos: ação de graças ou despedir-se de Deus.
Eram
pessoas simples que sabiam que se você deixa algo roubar sua gratidão, deixa
roubar também sua alegria e sua força. O fazendeiro e sua esposa tomaram esta
decisão. Nenhum desastre, nenhuma tempestade, nenhum cancelamento ou rescisão
iria impedi-los de dar graças. Era ela que os trazia de volta para o coração de
Deus.
Damos graças a Deus
não por causa de como nos sentimos, mas por causa de quem ele é.”
(Texto adaptado de Ann Voskamp)
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